Família e escolas unidas pela fraternidade e educação

Por Rosemeire Jácomo Claudio

Neste ano de 2022, a Igreja no Brasil continua nos convidando a refletir sobre a “Fraternidade e Educação”, tema da Campanha da Fraternidade, cujo lema bíblico é “Fala com sabedoria, ensina com amor”.  O tema é inspirado pela provocação do Papa Francisco na convocação do Pacto Educativo Global, um convite para que todos priorizem "uma educação humanista e solidária como modo de transformar a sociedade".

A Campanha propõe uma reflexão para os fundamentos do ato de educar, por meio de um olhar à realidade educacional brasileira e da consciência de que todas as pessoas são educandos e educadores. A iniciativa ainda atenta para a educação na pandemia, verificando o impacto das políticas públicas na educação do Brasil.

Salienta que educar é um ato humano e divino. Jesus foi o mestre e educador por excelência. Ensinou-nos sobre o amor de Deus, a misericórdia, a justiça, a fraternidade e a paz. O ato de ensinar marca todo seu ministério. Todos da época, o reconheceram como mestre, como alguém que fala com sabedoria e ensina com amor e autoridade.

“Educação não é condicionamento ou adestramento. É conduzir e acompanhar a pessoa para sair do não saber, rumo à consciência de si mesma e do mundo em que vive. É tornar a pessoa consciente, para que se torne sempre mais sujeito de seus sentimentos, pensamentos e ações”.

A educação à luz da fé cristã, sempre se preocupa com o ser humano integral, inclusive a sua dimensão eterna. “Ela deve conduzir a pessoa a desenvolver suas capacidades em vista do amor a Deus e ao próximo, sem descuidar da vida e da dignidade humana.

É urgente a retomada do papel da família na Educação. As transformações sociais, ao longo das décadas, delegaram à escola a tarefa de educar e destituiu a família de seu lugar e papel. A família foi esvaziada de sentidos e foi enfraquecida sua autoridade de “célula mãe” da sociedade. Papa Pio XI na Carta Encíclica Divini Illius Magistri, afirmou: “O primeiro ambiente natural e necessário da educação é a família, precisamente a isto destinada pelo Criador. De modo que, em geral, a educação mais eficaz e duradoura é aquela que se recebe numa família cristã bem ordenada e disciplinada, tanto mais eficaz quanto mais clara e constantemente aí brilhar sobretudo o bom exemplo dos pais e dos outros domésticos”.

Formar pessoas vai muito além de transmitir o conhecimento. A Escola pode e deve ser parceira da família, mas não pode e não deve assumir a tarefa dela. Nenhuma instituição pode substituir a família. Tampouco o Estado pode usurpar da mesma o sagrado direito de educar. A família precisa reassumir seu central papel na formação dos filhos. Filhos, que devem aprender na mais tenra infância, que precisam ter regras, disciplina, valores, responsabilidades. Filhos que precisam aprender pela palavra e pelo exemplo, o temor e o amor a Deus. A Escola pode reforçar tudo isso, mas não assumir como o seu papel central.  A família é a comunidade na qual, desde a infância podem assimilar os valores morais, tais como honrar a Deus e usar corretamente a liberdade. A vida em família é iniciação para a vida em sociedade.

Diante de todos os desafios impostos pela sociedade moderna, o educador cristão de excelência deve amar o seu trabalho e a exemplo de Jesus na sua pedagogia, praticar o amor e ensinar com sabedoria, sendo o modelo a ser seguido.

Rosemeire Jácomo Claudio
Diretora de Escola e membro da Pastoral Missionária