A missão paroquial através das Comunidades Eclesiais Missionárias

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Por Almir Fernando Zanforlin Minozi

A Igreja é missão! Sereis minhas testemunhas (At 1,8)

Animados pelo Ano Jubilar Missionário em 2022, este tema e lema concluem o caminho de três anos, no qual destacamos a natureza missionária da Igreja que não se reduz a uma dimensão ou a atividades. Também durante este período fomos atingidos pela Pandemia da Covid-19, um acontecimento que abalou nossa vida pessoal, social e eclesial. Lembrando o caminho de retorno dos discípulos para Emaús, após a morte de Jesus em Jerusalém, nós caminhamos neste período convivendo com mortes, sofrimentos, dores, desânimo, medo, depressão, igrejas fechadas, isolamento social (fechamento), etc. Passado o tempo, ainda nossas atividades paroquiais estão carregando fortes consequências de tudo isso.

As Diretrizes Gerais da Ação Evangelizadora da Igreja no Brasil 2019-2023 dizem: “o tempo atual exige de todos nós a renovação de forças missionárias para bem cumprir a tarefa de anunciar a Palavra de Deus e, assim, promover a paz, superar a violência, construir pontes em lugar de muros, oferecer a misericórdia de Cristo Jesus como remédio para a vingança e reacender a luz da esperança para vencer o desânimo e as indiferenças”.

Retomando a passagem dos discípulos de Emaús, podemos ver que Jesus se aproxima dos dois discípulos, mas eles não O reconhecem, devido a fragilidade que estão vivendo. O que faz Jesus? O que Ele nos ensina? Como podemos agir em nossas realidades paroquiais? Como voltar a “normalidade” de nossas vidas?

Um dos caminhos para realizarmos as mesmas atitudes que Jesus teve com os discípulos de Emaús é trabalhar na paróquia como uma rede de comunidades como propõem as DGAE 2019-2023. As Comunidades Eclesiais Missionárias permitem a proximidade, a escuta, o caminhar junto, realiza o anúncio e explica a Palavra. “A proximidade com as famílias em sua condição real de vida ajudará a experimentar a misericórdia de Deus” DGAE 2019-2023 nº 139.

Neste ano, tivemos em nossa diocese um Encontro Diocesano Missionário com o Pe. Luís Mosconi. O assunto destaque do encontro de formação e animação missionária, foi a proposta que dá nome a um dos livros de Padre Mosconi, que é a formação nas paróquias das Pequenas Comunidades de Discípulos de Jesus de Nazaré, Mestre e Senhor.

Como explanou Pe. Mosconi – As pequenas comunidades não são ‘um clube de amigos de Jesus’ fechado e os outros que se danem. Devem ser sim, presença significativa onde vivem para que todo povo do lugar seja ‘um povo, uma sociedade em saída’, dando atenção especial aos mais necessitados e frágeis. Valorizam os dons, criam laços de solidariedade, superam barreiras, constroem pontes e enfrentam juntos os problemas e desafios. Isso é uma questão existencial, de discipulado e social, tendo como finalidade principal conhecer a pessoa e a missão de Jesus da maneira mais fiel possível para amá-lo, segui-lo e testemunhá-lo pelo mundo afora. “E sereis minhas testemunhas até os confins da terra” (At 1,8). Essas Pequenas Comunidades podem se reunir periodicamente conforme a realidade de cada local, descentralizando a concentração de encontros e celebrações na igreja matriz.

Assim, como os discípulos de Emaús, que após Jesus entrar em sua casa, sentar-se à mesa, partilhar o pão e servir-lhes, voltaram apressadamente a Jerusalém. Também nós, apesar de nossas fragilidades, podemos ser anunciadores e animadores em nossas Comunidades Eclesiais Missionárias. Que este mês de outubro, dedicado as missões, seja uma oportunidade de retomada de nossa caminhada na vida paroquial pela intercessão de Nossa Senhora Aparecida e os padroeiros da missão, Santa Teresinha do Menino Jesus e São Francisco Xavier!

Almir Fernando Zanforlin Minozi
Membro do COMIDI