Paróquia São Sebastião

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14 de janeiro


Nova Paróquia no sertão
A Paróquia de São Sebastião de Santa Cruz do Rio Pardo tem a sua história ligada a história de uma cidadezinha que se chamava São Domingos e a sua Igreja Matriz era dedicada a São João e São Domingos. Os arquivos diocesanos de Botucatu conservam religiosamente os livros de assentamentos de Batizados e casamentos desta Paróquia que deu origem a Paróquia de São Sebastião de Santa Cruz do Rio Pardo.

Conta-nos a história, que haviam muitos índios e que eram ferozes e então, Manoel Francisco Soares, para chamar a proteção de Nossa Senhora contra os índios, doou as terras que formava o patrimônio da Igreja que hoje é a Matriz de São Sebastião. Era vigário de São Domingos o Pe. André Barra por volta dos anos 1860, que permaneceu por treze anos. Pe. André Barra foi, por conseguinte, o sucessor do Pe. Francisco José Serodio. Era, Santa Cruz do Rio Pardo, capela de São Domingos, assim como: São Pedro, Campos Novos do Rio Novo, onde morava o sertanejo José Theodoro de Souza. A freguesia, nome que se dava a uma paróquia, de São Domingos era um lugar no extremo Oeste de São Paulo, onde Botucatu era a cabeça desta grande Comarca Sertaneja.

Como pudemos notar, grande parte desta história se refere ao século XIX, um povoado sem recursos, habitado por mineiros dos bons costumes, mas de pouca religião. No ano de 1872, quando Pe. Serodio escrevia suas lembranças, não deveria ser tão pequeno, pois, fazia questão de colocar que Santa Cruz estava em 1º lugar entre suas capelas. Tanto é verdade que, um mês e cinco dias após este depoimento, o Governo Imperial publicava a Lei civil nº 71 de Abril de 1872 elevando esta capela a categoria de freguesia (paróquia).

Mas Santa Cruz continuava dependendo de São Domingos, e seus moradores tinham que subi e descer os espigões do Rio Turvo, à procura da Matriz de São Domingos para batizar as crianças, como aconteceu, por exemplo, com Manoel Antunes de Oliveira e Cândida Mariana de Jesus. Aliás, Pe. Serodio ainda fazia visitas às capelas, inclusive esta. Quatro meses depois, a Câmara Episcopal de São Paulo elevou definitivamente Santa Cruz à categoria de Freguesia (paróquia).

Assim descreve o ato que elevou Santa cruz a paróquia: “Tendo a Assembleia Legislativa Provincial por Lei nº 71 de 20 de abril de 1872 elevado a categoria de Freguesia esta capela de Santa Cruz do Rio Pardo do município de Lençóis, e atendendo ao que me representou Joaquim Antônio da Silva por parte do povo daquele lugar; hei por bem pela presente confirmar como por esta Provisão confirmo, erijo e canonicamente instituo aquela Freguesia na forma do Sagrado Concílio Tridentino, concedendo-lhe todos os direitos, privilégios, honras e insígnias e distinções que lhe pertencem como Igreja Paroquial que de hoje em diante fica sendo, vigorando as mesmas divisas pelo que diz respeito a Estola, que pelo poder civil lhe foram dadas. Esta será publicada a Estação da Missa Conventual de um dia festivo, e registrado no livro Tombo para todo o tempo constar.

Data a Câmara Episcopal de São Paulo sob meu sinal e selo das armas de S. Exa. Revma. Aos treze de janeiro de 1873. Eu Antônio Augusto Araújo Munis Escrivão da Comarca Episcopal subscrevi. Joaquim Manoel Gonçalves d'Andrade. Provisão dando instituição Canônica a nova Freguesia de Santa Cruz do Rio Pardo, como acima se declara.

O primeiro vigário de Santa Cruz foi o padre João Domingos Figueira, que aos 17 de fevereiro de 1873 presidia ao casamento de dois paroquianos: Antônio Moraes Carneiro e Praxedina Maria de Andrade, tendo servido como testemunhas Felipe Rocha e Joaquim André de Campos.

Com o declínio de São Domingos, Santa Cruz foi promovida, sendo elevada aos foros de Vila e Comarca civil em 1876 e logo em seguida, a pedido do povo santacruzense, o Bispo de São Paulo, D. Lino, criava a Comarca Eclesiástica. Fazia parte dessa Comarca Eclesiástica: São Pedro do Turvo, São Sebastião do Tijuco Preto e Espírito Santo do Turvo. O Pe. João Domingos Figueira esteve como vigário até 29 de setembro de 1878, sendo substituído pelo Pe. Antônio Prospero Faria. O terceiro vigário foi o Pe. Bartolomeu Comenale sendo substituído pelo Monsenhor João Soares do Amaral, tomando posse em 21 de abril de 1895, e descreve a igreja como um barracão deficiente, mal construído, fora do alinhamento e esquadro e que não deverá ser concluído, mas sim procurar um profissional para elaborar uma nova planta e construir uma nova Igreja. No dizer do Monsenhor, o estado moral e religioso do povo daquela cidade era decadente. A igreja se mostrava deserta mesmo aos domingos e dias santos, porém havia esperanças que levava ao trabalho incessante. Diz ele que crismou duas mil pessoas e nas paróquias da província mais de duas mil e quinhentas pessoas também receberam o Sacramento.Seu sucessor foi o Pe. Paschoal Maria Giffoni, ainda lembrado por muitos santa-cruzenses por ter falecido nesta cidade em junho de 1937.

Por não termos maiores detalhes vamos colocar aqui o nome dos padres que ocuparam o cargo de vigário de 1900 até 1966. Em 1900, Cônego João Antônio da Costa; 1901, Pe. Francisco Botti, Pe. Affonso Aloia e Pe. Giffoni; 1908, Pe. Sismondo da Cruz Dias; 1909, Pe. José Cecere; 1910, Pe. Vicente Risi; 1918, Pe. Gasparino Dantas; 1923, Pe. João Marques da Silva Faia; 1925, Pe. Adaucto Rocha; 1927, Pe. Acchilles E, Triksmans; 1928, Pe. Affonso Tojal; 1933, Pe. Gasparino Dantas; 1934, Pe. José Montezuma; em1937, Fr. Miguel Lanzani; 1941, Fr. Ceslau Cencini; 1957, Fr. Humberto Pereira; 1958, Fr. Benardo Monti; 1959, Fr. Humberto Pereira; 1966, divisão da Paróquia de São Sebastião.

Em 1936 chegaram em Santa Cruz os padres dominicanos. No dia 21 de janeiro de 1937 Frei Miguel Lanzani toma posse como primeiro vigário dominicano de Santa Cruz. A ele sucederam como vigários: Frei Ceslau Cencini (1941), Frei Reginaldo Orlandini, Frei Bernardo Monti (1958), Frei Humberto Pereira de Almeida, Frei João Alves Basílio, Frei José M. Lorenzetti, Frei Estevão Nunes, Frei Francisco Pessutto, Frei Alberto Cardoso, Frei Cristóvão Ferreira Sales.

[...] A velha matriz, de elegantes traços arquitetônicos, ainda que num misto de gótico, românico e barroco. Se templo material pudesse ressuscitar, quantos gostariam de ver essa antiga igreja, nela entrar e orar, recordar e sonhar! Ela foi um dia demolida para dar lugar a uma mais espaçosa, pois a cidade tinha crescido tanto...! E aconteceu que, na véspera de sua demolição, houve uma grande demorada revoada de andorinhas em torno de sua linda torre. Um paroquiano fotografou o episódio. Uma foto deveras comovente. Foi a despedida das andorinhas, certamente simbolizando o adeus da comunidade! Lembrando o Salmo 83: “nesse templo, as andorinhas haviam encontrado um lugar para fazer os seus ninhos e neles colocar seus filhotes”!

Frei Lourenço Papin.

Estão presentes na paróquia os religiosos dominicanos da OP – Ordem dos Pregadores, fundada no medievo, em 1216, por São Domingos de Gusmão. Os primeiros frades dominicanos a chegarem à Santa Cruz do Rio Pardo em 10 de setembro de 1936, foram: os sacerdotes Frei Domingos Acerbi e Frei Miguel Lanzani; e os irmãos cooperadores: Frei Simão Dorvi e Frei Guala Ferrari. Com o passar dos anos, os dominicanos construíram a Escola Apostólica Dominicana, a nova Matriz de São Sebastião, um Centro Pastoral, o Santuário de Nossa Senhora de Fátima, recém-criado paróquia, Centro Social São José, Casa de Apoio ao Menor Carente Adelina Aloe. Dessa maneira, há 80 anos os dominicanos conduzem espiritualmente a Paróquia de São Sebastião, sendo que, até 1966, pastoreavam toda a cidade de Santa Cruz do Rio Pardo.

No território encontra-se a obra social EMAÚS - Irmãs Dominicanas da Beata Imelda, sito à Rua Antonio Mardegan, 475, Centro. Iniciada em 2012, esta obra foi criada para acolher e cuidar das irmãs idosas e doentes da Província brasileira das Irmãs dominicanas da Beata Imelda.