Paróquia Nossa Senhora do Patrocínio

Endereço
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Centro
Tejupá - SP
CEP: 18.830-000

Telefone
(14) 3385-1268

E-mail
[email protected]

Fundação
25 de março de 1972

Festa da padroeira
9 de setembro


Capelas pertencentes
São Benedito e Nossa Senhora da Conceição Aparecida (e mais 13 comunidades Rurais)


Histórico da Paróquia - 25 de março de 1972

A história da Paróquia de Nossa Senhora do Patrocínio em Tejupá nos relegou poucos ou quase nenhum documento escrito, os quais possam ser usados para esclarecer o entendimento dos eventos passados que testificaram o seu surgimento. Muitos dos antigos moradores, que preservavam pela oralidade as narrativas que seus antepassados relatavam de sua vida e origens, assim sendo, memoriais vivos de nossa rica história, já não se encontram entre nós. Com isso, uma vasta lacuna existe entre nossas origens e o momento presente. Alguns dos registros escritos, que nos dão indícios dos acontecimentos que principiaram a Fé católica nessas distantes paragens do sudoeste paulista, são os Livros do Tombo da Paróquia Nossa Senhora das Dores de Fartura e o tardio Livro do Tombo de Tejupá (1970), escrito pelo Padre Angelo José Ramires Lucena, conhecido pelo título de Monsenhor Ramires (já quando pároco da Catedral do Espírito Santo da diocese de Bauru) e de Padre “Anjo” para os fiéis achegados. Igualmente, alguns documentos do Acervo Histórico da Prefeitura de Piraju, bem como reportagens de jornais da época fornecem informações históricas já reunidas no livro “Sobrevoando o Passado – As origens de Tejupá”.

De acordo com o pouco que sabemos o povoado e a Igreja católica do mesmo tiveram suas origens conjuntamente por volta do ano de 1868, com a chegada de famílias vindas de Minas Gerais para os sertões não colonizados por civilização do interior da então província de São Paulo nos tempos do Império do Brasil. Outras famílias ainda provenientes das velhas cidades paulistas como Itapeva e Itapetininga, das do nordeste e do litoral de nosso estado. Nessa época, a Igreja Católica e o Estado eram unidos pela tradição do Padroado herdado do governo português. Então por volta dos meados da década de 1870 uma dessas antigas famílias fez a doação, através de documento particular, “de uma área com cerca de 115 alqueires de terra ao patrocínio de Nossa Senhora do Patrocínio, que se tornou desde então a padroeira do lugar” (sic) e o nome pelo qual era conhecido o nascente e futuro povoado. Outros relatos orais falam de 60 alqueires ou ainda 20 alqueires, valor incerto até que alguma documentação possa comprovar essas histórias. As mais antigas memórias da tradição popular nominam essas pioneiras famílias, que fixaram nessas bordas das montanhas da cuesta da Fartura suas moradias, por Leais, Ilhéus e Pifanos. Hoje sabemos que apenas Leal era um sobrenome familiar, sendo Ilhéu e Pífano apelidos populares. Ilhéus era o apelido da grande família Gonçalves e se acrescenta a essas três famílias a dos Rosa, que também foram fazendeiros nessa época e, por casamentos, tornarem-se parentes dos Leais e dos Gonçalves. Essa antiga capela dedicada à Virgem do Patrocínio era pequena, com paredes de barro e se localizava no meio da quadra da atual rua Francisco Furlan, no local onde estava a chácara do proprietário de mesmo nome. Interessante ressaltar que ela ficava bastante próxima ao ribeirão da Pedra Branca, na parte baixa do povoado que viria a surgir. Em tempos de outrora, havia um cruzeiro de madeira muito bem talhado sobre o barranco que marcava o local exato dessa primeira capela.

Nesses remotos tempos do século XIX, sob o domínio da coroa Imperial de Dom Pedro II havia pouquíssimas dioceses no território brasileiro. Toda a província de São Paulo pertencia ao Bispado de São Paulo e sua câmara eclesiástica, divisão essa que misturava poderes do Estado Imperial e da Igreja católica do padroado. Na época do surgimento de Nossa Senhora do Patrocínio da Pedra Branca a Sé do bispado paulista estava vacante no período entre 1868 e 1873. Em janeiro de 1873 tomou posse o Bispo Dom Lino Deodato Rodrigues de Carvalho. Assim, é sob sua jurisdição que aparecem as primeiras provisões assinadas no Livro do Tombo da Paróquia de Fartura, a quem em princípio estava ligada a capela de Nossa Senhora do Patrocínio. Durante aproximadamente vinte anos não se tem registros de missas celebradas na primitiva capelinha, possivelmente as mesmas eram esporádicas, oficiadas por diferentes sacerdotes provindos das maiores vilas da região entre Santa Cruz do Rio Pardo e São João Batista do Rio Verde, atual Itaporanga. Somente em janeiro de 1895 encontramos a provisão de número 5 autorizada pelo então Bispo de São Paulo, Dom Joaquim Arcoverde de Albuquerque Cavalcanti, para que o primeiro Pároco de Nossa Senhora das Dores de Fartura, Padre Antônio Pires Guerreiro, celebrasse os ofícios religiosos na capela de Pedra Branca, a qual ainda nesta data denominava-se pelo extenso nome de “Nossa Senhora do Patrocínio da Pedra Branca” (sic).

Já nos tempos da República, onde a hierarquia eclesiástica já não estava subordinada ao poder civil do Estado, os primeiros habitantes de Pedra Branca requereram, por representação na Câmara Municipal de Piraju, em sua vigésima quinta sessão datada de 02 de junho 1893, o desligamento daquela vila da cidade de Fartura e a passagem para o município de Piraju. A mesma é aprovada e levada ao conhecimento e outorga do Governo Estadual que a concretiza. “Por força de seu crescimento, e de seu progresso, Pedra Branca ali por 1899 era já um povoado que se esparramava pelo forte declive, descendo mais à frente da pequena capela por razão de conveniência topográfica.” (sic) Essa descrição já faz referência a uma segunda capela que viria a ver construída na parte alta da vila, onde está a atual Igreja Matriz. No dia 6 de junho 1899 a Lei Estadual número 614 eleva o povoado à categoria de distrito de paz de Piraju mudando, logo em seguida, o nome para Belo Monte. Nessa época, os ofícios religiosos como a Santa Missa eram realizados apenas uma vez ao mês por padres vindos de Fartura. Em 1917 a população de Belo Monte era de 313 habitantes no perímetro urbano e 3.267 habitantes no perímetro rural.

Pelo início dos anos de 1900, entre alguns sacerdotes que davam assistência espiritual na capela de Belo Monte se destacam o padre Antônio Pires Guerreiro e Monsenhor José Trombi vindos da Paróquia de Fartura. É sabido pelos diários do padre Frei Modesto Gonçalves de Rezende, religioso capuchinho e primeiro secretário geral da então criada Diocese de Botucatu, em 1908, que seu primeiro Bispo Dom Lucio Antunes de Sousa passou pela pequena capela de Nossa Senhora Aparecida das Águas Virtuosas nos meados de setembro de 1909, em sua jornada colossal de visita pastoral por todo o território da recém-criada diocese de Botucatu. Prova disso é uma carta assinada pelo Frei Modesto datada de 19 de setembro de 1909 “N’esta Capella de Taquaras”, e arquivada na cúria de Botucatu junto aos documentos da Paróquia de Tejupá. É apenas na década de 1920 que encontramos algum relato sobre a vida religiosa do distrito de Belo Monte. Nesse decênio, pelo ano 1922, o então vigário de Fartura, Pe. Adauto Rocha, junto com a comunidade católica de Belo Monte, decide construir uma nova igreja e assentam então sua pedra fundamental. Num recorte do Jornal “O Piraju” de 21 de outubro de 1928 trata exatamente das festividades de inauguração do novo e, ainda atual em sua parte frontal, prédio da Igreja de Tejupá. Segundo esse periódico realizaram-se entre 30 de outubro a 4 de novembro de 1928 as festividades pela inauguração da nova Igreja Matriz de Belo Monte aos cuidados do abastado fazendeiro Sr. Angelo Capasso e do pároco Cônego José Trombi da Paróquia de Fartura, que no dia 30 de novembro abençoou e entronizou a nova imagem da Virgem Nossa Senhora do Patrocínio. Essa inauguração trata da nave vertical (parte da frente) e torre da atual igreja, que na época era bem menor, sem as duas naves laterais (como figura em um mapa de 1939). Os velhos habitantes ainda recordam que dois grandes fazendeiros daquele tempo: Luiz Furlan e Joaquim Rodrigues Tucunduva, famoso Major Quincas, abriram o livro de arrecadações para a construção do novo templo, ambos com a abundante quantia de 100 mil réis (100$000) cada um. Os nomes de todos os que contribuíram financeiramente para construção foram colocados em uma pequena caixa de madeira e fixados numa das colunas do alicerce da torre.

É importante notar, que a assistência oficial da Igreja Católica jamais faltou nas capelas mais antigas do velho distrito de Belo Monte. Assim, entre as décadas de 1920 e 1950, encontramos sacerdotes se revezando na condução espiritual dos fiéis católicos, ora vindos da Paróquia São Sebastião de Piraju, ora da Paróquia de Nossa Senhora das Dores de Fartura. A esse respeito, realça-se, durante a década de 1940, os nomes dos reverendos sacerdotes de Piraju: Padre José Romão da Rosa Goes e Padre Luíz Menezes Bueno. Durante a década de 1960, o padre Oswaldo André Violante e os primeiros missionários Xaverianos vindos da Itália. Também é da lembrança de antigos moradores as cerimônias do Santo Crisma na década de 1930 presididas por Dom Carlos Duarte da Costa, então bispo diocesano de Botucatu, o qual é imputado pelos seus maus augúrios sobre o futuro a cidade de Belo Monte, quando presenciou durante uma cerimônia crismal, o desrespeito da população local pelas coisas sagradas.

Vale lembrar que ainda na anterior década de 1940, mais exatamente, pelo Decreto-Lei nº 14.334 de 30 de novembro de 1944, no extinto Estado Novo de Getúlio Vargas que o distrito de Belo Monte passou a se chamar “Tejupá”. A partir de 1951, o primeiro Arcebispo metropolitano de Botucatu, Dom Frei Henrique Heitor Golland Trindade, traz para Fartura os primeiros religiosos teatinos (clérigos regulares) que passam a dirigir todos os eventos religiosos nas capelas de Águas Virtuosas e Tejupá. Dessa época, podemos destacar os nomes dos reverendos clérigos teatinos vindos da Itália: Padre Francisco De Lucia, Padre Salvador Badame, Padre João Ferretti e Padre Gabriel Darida.

É somente em novembro de 1970 que o Arcebispo Dom Vicente Angelo Marchetti Zioni cria a Paróquia de Nossa Senhora do Patrocínio e encarrega o Monsenhor Padre Angelo Ramires Lucena de sua administração mesmo que não provisionado para tal como afirma no registro do Livro do Tombo em sua página de número um. É no dia 8 de novembro de 1970 que o primeiro pároco chega à cidade de Tejupá. E durante o período de quatro anos este padre, residente no município de Tejupá, administra com poderes de pároco a nova Paróquia. Esta tem como data de criação o dia 25 de março de 1972. Em 1975, o Padre Angelo decide se afastar da condução da Igreja e se asilar na Chácara Nazaré bastante próximo à divisa municipal de Tejupá, mas já território de Taquarituba. Acaba o mesmo por falecer na casa sede dessa chácara na manhã de 21 de janeiro de 1978.

Entre os anos de 1976 a 1990, a paróquia de Nossa Senhora do Patrocínio volta aos cuidados da Paróquia de São Sebastião em Piraju e fica aos cuidados de diversos missionários xaverianos provindos em sua maioria da Itália. É nessa época que encontramos os nomes dos saudosos sacerdotes: Padre Antônio Pozzato, Padre Aurélio Basso, Padre Olívio Stragliati, Padre Luís Pinto de Toledo (brasileiro), Padre Roberto Beduschi e Padre Stanislao Pirola.

Depois de mais de uma década sem a presença de administração Paroquial, em 1990 o Arcebispo Dom Antônio Maria Mucciolo reativa a paróquia de Nossa Senhora do Patrocínio e provisiona o missionário xaveriano Padre Aristides Poletto como seu segundo pároco. É nesse tempo, a partir do ano de 1991, que este estimado sacerdote reorganiza todo o funcionamento paroquial. Anima eventos, festas, bingos, sorteios, entre outros, a fim de arrecadar fundos com vista na construção da casa paroquial e do atual salão de festas da Matriz. Entre os anos de 1991 a 1995, durante sua administração, todos os batizados e casamentos passam a ser realizados apenas na matriz paroquial em Tejupá e não mais nas capelas urbanas e rurais. Em 1995 é provisionado o terceiro pároco, o igualmente religioso xaveriano, Padre Cláudio Bicego, ficando o mesmo quase dez anos na paróquia até 2004. Padre Cláudio realiza pequenas reformas nas capelas urbanas e rurais, constrói novos presbitérios na Matriz do Patrocínio e nas capelas de Taquaras e Ribeirão Bonito, compra um novo veículo para a Igreja, organiza a acolitado nas missas, com o serviço dos primeiros meninos como “coroinhas”. É durante seu tempo de pároco, que a paróquia Nossa Senhora do Patrocínio é desmembrada da Arquidiocese de Botucatu com a criação em 1999, pelo Papa São João Paulo II, da Diocese de Ourinhos. Dom Salvador Paruzzo, primeiro bispo diocesano de Ourinhos, empossa no início do ano de 2006, ainda na condição de diácono, o futuro Padre Gilson Tomaz de Aquino. O mesmo é ordenado presbítero em 29 de abril daquele ano e, se torna o quarto pároco e o primeiro sacerdote do clero diocesano, recém constituído, a assumir a paróquia. Durante sua gestão reorganizou o gerenciamento financeiro e das pastorais, bem como, criou novas pastorais, motivou novos eventos e festas, realizou reformas nas capelas de Ribeirão Bonito e na Igreja Matriz de Tejupá, assim como em 8 dezembro de 2009, comemorou, com a presença do Bispo diocesano, o Jubileu de 50 anos de construção da Igreja de Nossa Senhora da Conceição Aparecida em Taquaras.

O quinto pároco de Tejupá passa a ser o diocesano Padre José Gomes de Moraes Neto, que no ano de 2013 é empossado pelo bispo diocesano.

Síntese: Claudinei Balduino da Rocha