Monumento que pulsa sonho e fé

Por Diego Rossi

Em 1915, chega no Distrito de Santa Cruz do Palmital (nome esse que deu origem à padroeira de Timburi), vindo de Portugal, o visionário e de características marcantes, Pe. Bento Gonçalves de Queiroz, e com ele, o início de uma linda e fascinante história.

Ao contemplar paisagens maravilhosas, repletas de montanhas compostas de arenito rosa por toda cidade, o pároco, sonhou e viu longe. Escutou seu coração inquieto e tocado por Pedro, o apóstolo, projetou uma igreja que deveria ser construída inteiramente com blocos de pedra.

Em 1917, dá início à obra. Santa Cruz do Palmital, já se chamava Timburi, e para realizar tal feito, o padre contou com ajuda de voluntários que, mesmo incertos da árdua missão, dedicaram-se por completo, apoiados pela fé e extremo empenho do paróco.

Era início do século 20, com poucas e rudimentares ferramentas. De bloco em bloco, de mãos e mãos, os voluntários que trabalhavam cedo, tarde e noite, esculpindo pedras e erguendo a estrutura, pareciam tocar o céu. E acho que tocaram, e foram iluminados.

Carros de boi tinham a função de transportar as pedras de uma pedreira que se localizava a 800m da construção. O que parecia loucura começava a criar forma, cada pedra posta, um degrau alcançado. Uma iminente obra-prima.

Quem poderia imaginar tal monumento, até então, única igreja de pedras da Arquidiocese de Botucatu, levantado com blocos únicos de 4 a 6m, pesando cerca de 1 tonelada, tornar-se uma realidade?

Infelizmente, Padre Bento não pode ver sua obra finalizada, precisou interromper a construção por motivos de saúde. Em 1937, foi transferido para Sorocaba, onde faleceu em 1938.

No decorrer dos anos, Pe. Emílio concluiu as duas torres e altar, que já estavam projetadas por Pe. Bento. Outros padres, juntamente com o povo, tiveram a sua colaboração na preservação do majestoso patrimônio cultural e religioso de Timburi.

Fonte de consulta: Site memorial dos municípios e historiador Juliano Rosa