Matrimônio: chamado a viver a alegria do amor na família
Por Diácono Maurício de Aquino
Deus é amor! (1 Jo 4,16) Esse anúncio ecoa de modo especial na família, onde o amor se manifesta em variadas expressões: amor conjugal, amor de mãe, amor de pai, amor de vó e avô, amor de filha e filho, amor de... todas e todos que se sentem da família, que se sentem envolvidos pelos laços afetivos de ser da família, de ser família!
Um amor que se revela na paciência, no cuidado, no serviço, na atenção, no respeito, no perdão, na reconciliação, na confiança, na esperança, no escutar, no alegrar-se com a alegria do outro, na doação de si, na fidelidade, na ternura e bem-querer de cada dia...
.... É o amor familiar, tema do X Encontro Mundial das Famílias, realizado em Roma de 22 a 26 de junho deste ano, um amor sentido e entendido como vocação e caminho de santidade. Realmente, Deus nos chama à vida em uma família, e para vivermos como família. Nosso Senhor Jesus Cristo, assumindo em tudo a condição humana, exceto o pecado, quis nascer em uma família e proclamou que todas e todos que fazem a vontade do Pai são sua mãe, irmãs e irmãos, são de Sua família (Mt 12,46-50): todas as famílias na “grande família de Deus”.
O amor familiar, vocação e caminho de santidade, é gerador de especial alegria, por isso, em 2016, o papa Francisco deu o título de A alegria do amor (Amoris Laetitia) ao texto que escreveu sobre o amor na família. Ensina-nos o papa que com o Matrimônio, início da família, o vínculo afetivo-sacramental é tão forte e profundo, que duas pessoas passam a ter uma só existência. Duas pessoas, uma só existência. Chamados a ser presença da ternura humana, um para o outro, que vem do amor de Deus, o Matrimônio não é rito de mera convenção social, mas consagração afetiva a uma pessoa diante de Deus.
Papa Francisco também alerta para aquelas atitudes que podem atrapalhar a vivência do amor na família: - o enfraquecimento da fé e da prática da fé (quando a pessoa ou toda a família vai se afastando de Deus e da Igreja, deixando de rezar e viver na fé); - o individualismo exagerado (quando a pessoa, ou cada pessoa da família, se fecha em si mesma, se importa apenas consigo mesma e desconsidera as necessidades e sentimentos das outras pessoas da família); - a cultura do descarte e do provisório (quando a pessoa, ou cada pessoa da família, considera as outras pessoas como coisas que podem ser usadas, e depois lançadas para fora de suas vidas, não se comprometendo com um projeto consistente e permanente de vida comum).
O amor vivido na família a cada dia na generosidade e bem-querer, impede o crescimento dessas atitudes prejudiciais ao amor familiar e à própria felicidade do ser humano, afinal, ninguém se basta a si mesmo, ninguém se salva a si mesmo, ninguém é feliz sozinha ou sozinho, ninguém pode amar um só dia sem que o seu coração deseje amar para sempre. Por isso, o amor conjugal é força permanente da humanidade, e o enfraquecimento da família é prejudicial para toda a sociedade.
Encerramos essa breve reflexão, rogando ao Senhor por nossas famílias com um trecho da Oração à Sagrada Família, escrita pelo papa Francisco: “Sagrada Família de Nazaré, fazei que todos nos tornemos conscientes do caráter sagrado e inviolável da família, da sua beleza no projeto de Deus. Jesus, Maria e José, ouvi-nos e acolhei a nossa súplica. Amém!”
Diácono Maurício de Aquino
Coordenador da Campanha da Fraternidade