Eternidade é uma realidade!
Por Pe. Mário Luiz Santos Botelho Andrade
Deus é a fonte e origem da vida. Toda a criação é uma manifestação da bondade, do amor, da perfeição e da glória do Deus Criador. O ser humano criado a “imagem e semelhança de Deus” (Gn 1,26) ocupa um lugar único na criação: somente o homem dotado de razão, liberdade e inteligência, tem a capacidade de reconhecer o Criador e com Ele se comunicar.
Como nos relata o Livro do Gênesis, Deus e o ser humano viviam uma linda interação de amizade, reciprocidade e intimidade (criador e criatura), até que infelizmente a “queda” acontece: Adão e Eva livremente acabam desobedecendo a ordem de Deus e comem do fruto da árvore da vida (do conhecimento do bem e do mal), contraindo a “culpa original”. A desobediência gera o pecado e fere a humanidade, separando o Criador de suas criaturas; acabam sendo expulsos do Paraíso e perdem a amizade de Deus, devido a infidelidade e da escolha egoísta que fizeram gerando a pior punição: a morte humana.
A morte passa a fazer parte da vida humana: “o homem voltará ao pó de que foi formado”, como ciclo natural da existência (nascer, crescer, desenvolver, reproduzir, envelhecer e morrer). Na morte humana acontece a separação: corpo físico (limitado e indefeso) da alma (imortal e sedenta de Deus).
Para resgatar a humanidade do pecado e da morte, Deus enviou ao mundo seu único Filho Nosso Senhor Jesus Cristo, para unir novamente o ser humano ao Criador. Ele manifesta seu amor como na criação, mas agora revela em seu Filho toda plenitude do seu eterno e infinito amor incondicional. Jesus é a prova da misericórdia divina que vem ao encontro de todos, para restaurar o que o pecado deformou em cada pessoa.
O ato salvífico do Filho de Deus aconteceu na sua “Encarnação” quando assumiu a nossa humanidade no ventre de Maria, durante toda a vida de Jesus neste mundo, transmitiu a boa nova do amor, e na Paixão ofereceu sua própria pessoa sobre a Cruz como vítima reconciliadora, capaz de morrer para salvar (tomou sobre Si todos os pecados cometidos, expiando perfeitamente o pecado.
A ressurreição de Jesus é a grande prova de que a eternidade é uma realidade oferecida a todos. Cristo vive eternamente sentado a direita do Pai e de lá governa todo o Universo, e voltará para restaurar todas as coisas que foram corrompidas pela maldade do pecado.
Enquanto isso, todas as pessoas que morrerem após concluírem o percurso natural da vida, terão seus corpos sepultados e suas almas passarão pelo juízo particular. Após a morte, só existe uma única decisão: se aquela pessoa viveu nos preceitos do Senhor, na caridade, realizou obras de misericórdia, cultivou a amizade com Deus e se arrependeu em vida de suas fraquezas humanas (pecados cometidos com consciência e liberdade) será salva. Mas se durante o percurso da vida a pessoa não viveu a caridade e recusou o amor e a misericórdia de Deus, ela será condenada eternamente (suas próprias escolhas irão separá-la de Deus para sempre).
Após o julgamento particular, a pessoa salva que morreu em perfeito estado de graça, poderá contemplar a visão beatífica de Deus no Paraíso, mas se ainda existir as penas do pecado manchando a alma, ela entrará em estado de “purgatório”, onde será purificada pelas súplicas da Igreja terrena, sobretudo por cada Santa Missa oferecida em sua intenção. Esta purificação acontecerá de acordo com a justiça divina, que exige “satisfação” pelas penas dos pecados.
Terminada a purificação total daquela alma salva, ela estará pronta para contemplar eternamente a Visão Beatífica do Criador e viver a amizade perfeita com o Senhor.
Eternidade é realidade, por meio de Jesus. O Pai nos dá a oportunidade de vivermos neste mundo uma grande preparação para aquilo que nos aguarda depois da nossa morte. Fomos criados por Deus e refletimos os traços de sua divina perfeição, o nosso lugar é o Céu, é o Paraíso, é viver com o Senhor para sempre.
Neste mundo tudo é passageiro, instável e imperfeito. No Paraíso tudo será eterno e perfeito, onde contemplaremos a plenitude de Deus, e seu amor saciará o nosso coração onde Ele será tudo em todos.
Pe. Mário Luiz Santos Botelho Andrade