A Fidelidade a Deus Gera Esperança

Vivendo o Ano Jubilar de 2025, sob o lema “Peregrinos de Esperança”, somos convocados a caminhar com esperança em um mundo dilacerado pelo ódio, pela indiferença e pela falta de empatia com o próximo. A ganância pelo ter e pelo poder muitas vezes sobrepõe-se à solidariedade e à fraternidade, fazendo com que muitos percam a esperança diante das dificuldades da vida. Diante desse cenário, o Papa Francisco nos convida, como Igreja, a celebrarmos o Jubileu sempre atentos às angústias do coração humano.

No livro Libertos, Lozano afirma: “A esperança é a expectativa confiante de um bem; o bem supremo é o Céu. As Escrituras dizem que Cristo em nós é essa esperança da glória” (Cl 1,27). Assim, a esperança cristã não se baseia apenas em circunstâncias favoráveis, mas na confiança plena em Deus, que nos conduz mesmo em meio às adversidades.

Na Bula de Proclamação do Jubileu, Spes Non Confundit, o Papa Francisco enfatiza a importância desse tempo como uma oportunidade de oração e reflexão pessoal. Ele nos recorda que, durante o Ano Jubilar, “seremos chamados a ser sinais palpáveis de esperança”. Essa esperança deve ser visível, especialmente para os doentes, pois, mesmo em meio ao sofrimento, é possível encontrar alívio e consolo em Jesus Cristo, nossa esperança. O Papa ressalta que as obras de misericórdia são também “obras de esperança, que despertam nos corações sentimentos de gratidão”. Ele nos convida a reconhecer e valorizar o trabalho dos profissionais da saúde, que, com dedicação, exercem sua missão de salvar vidas de forma mais humana e compassiva.

Ademais, Francisco destaca que o cuidado para com os enfermos “é um hino à dignidade humana, um canto de esperança que exige a sincronização de toda a sociedade”. Permitir-se ser curado por Jesus transforma e revigora a paz que, por vezes, foi esquecida ou negligenciada pelo ser humano. Nesse sentido, a Pastoral da Saúde tem desempenhado um papel essencial ao longo dos anos, sendo portadora de esperança para aqueles que enfrentam a enfermidade e a solidão.

No coração dessa pastoral encontra-se o Evangelho de Jesus Cristo, que oferece esperança mesmo em meio às adversidades. Assim, a Pastoral da Saúde é um testemunho vivo de que a solidariedade e a fé podem transformar vidas. Que neste dia, ao celebrarmos o Jubileu dos Enfermos, possamos ser sinais de esperança na vida de cada um, permitindo-nos tocar, como em uma grande orquestra conduzida por Deus, o hino à dignidade humana. Pela confiança e pela oração, possamos renovar a esperança em cada coração.

Pe. Welder Sergio Rangel Rosa
Assistente Eclesiástico da Pastoral da Saúde e da Pessoa Idosa