A maternidade de Maria como fundamento da Eclesiologia
Por Seminarista Marcelo Diogo
“Ser mãe é a máxima expressão de amor, pois, a capacidade de gerar vidas é se aproximar Daquele que é o autor de toda existência”
No decorrer da história, muitas foram as definições utilizadas para descrever a Igreja, todavia, uma das definições que mais expressa a sua origem se encontra na maternidade de Maria, pois Maria é um membro excelente da Igreja e, ao mesmo tempo, ícone de todo cristianismo.
Relacionar Maria como uma fundamentação da Igreja significa que a piedade mariana precisa desembocar na eclesiologia. Maria, ao dizer ‘sim’ ao plano divino[1], passa a se tornar uma grande referência dentro do plano salvífico, pois sua vida começa a ser fundamentada em seu filho, Jesus Cristo.
Uma das maiores relações entre Maria e a Igreja é a maternidade. Enquanto figura da Igreja, Maria encontra-se intimamente unida a ela pelo “dom e cargo da maternidade” (LG n. 63). A Igreja é chamada a gerar Jesus aos homens, apresentá-Lo a todos os seres humanos como o único caminho de Salvação[2].
Assim como Maria, a Igreja também é definida como Mãe, pois, ao contemplar a fecundidade de Maria, a Igreja reconhece sua própria vocação à maternidade e, a exemplo da mãe de Cristo, a Igreja também é chamada todos os dias a dar a luz a novos membros para Cristo.
A maternidade de Maria a tornou modelo, um exemplo de santidade, afinal, ela soube colocar a vontade de Deus em prática, e é essa mesma incumbência que a Igreja é chamada a seguir; a Igreja deve gerar filhos concebidos do Espírito Santo e nascidos de Deus (cf. LG n. 64). Ela é mãe, sobretudo, porque manifesta ao mundo a paternidade universal de Deus.
Chamar a Igreja de Mãe é compreender que nela consiste a mesma responsabilidade de Maria, cumprir sua vocação materna, vivificada pelo Espírito Santo, acolhendo os filhos de Deus, ajudando-os a crescerem por meio de seus ensinamentos, pois além de Mãe, ela é Mestra.
Desta forma, a Santa Mãe Igreja é chamada a exercer sua maternidade entre a humanidade, mostrando aos homens os meios para aproximá-los de Cristo. A Igreja não é aquela que exclui ou divide, ao contrário, é chamada a acolher a todos, afinal, sua responsabilidade é gerar novas vidas dentro do Corpo de Cristo,
Portanto, é de suma importância compreender que a maternidade de Maria é a base de toda a eclesiologia, pois, nela consiste a maior missão da Igreja, gerar pessoas novas para o Reino de Deus. Por isso, afirma São Cipriano: "Ninguém pode ter a Deus por Pai, se não tem a Igreja como mãe" (De cathol. Ecc. Unitate, 6).
[1] Lc 1,38.
[2] Jo 14,6.
Seminarista Marcelo Diogo